sexta-feira, 17 de março de 2006

É no poupar que vai o ganho

Quanto gasta, anualmente, a escola com a compra de giz? E de papel?
Muitas escolas estão já a deitar contas à vida, ou seja, a contar os "tostões" para poder adquirir um daqueles quadros mágicos que viram numa Feira ou num Workshop ou até na escola ao lado...
Quantos quadros e restante equipamento (computador e videoprojector) poderiam as escolas obter, se calculassem os gastos anuais materiais?
Isto para não abordar a questão relacionada com o ambiente...
E o tempo desperdiçado com a limpeza ao fim de um dia de utilização de um quadro preto? Como poderia ser tão bem rentabilizado esse tempo do Auxiliar da Acção Educativa...

Bem, tudo isto somado, acreditamos que seria possível uma economia considerável convertida em aquisição de quadros interactivos.

E as quantidades astronómicas de papel para testes de avaliação?! Com um simples dispositivo como o ACTIVote, não só o professor avalia de imediato determinados conhecimentos do aluno, como rapidamente obtém os resultados em percentagens representados graficamente. Pode, de imediato, reservar tempo para comentar as respostas com os seus alunos; para constatar as dificuldades que ainda persistem; para avaliar o grau de consecução da turma; etc.

Não nos alonguemos mais e demos lugar ao testemunho de um colega, a quem agradecemos pelo seu precioso contributo e felicitamos pelo seu trabalho, cujo texto se intitula precisamente "ADEUS AO PAPEL":

"Li há dias, na revista Visão, um artigo intitulado “Adeus ao Giz” e que se referia a esta nova tecnologia que começa a entrar em muitas das escolas do nosso País e que está a ser promovida por várias empresas europeias, que a pretendem comercializar.

Adepto que sempre fui das novas tecnologias, pelas potencialidades pedagógicas que elas contêm, e apesar de, em muitos casos, ainda não serem correcta e pedagogicamente utilizadas, atrever-me-ia a acrescentar, nesta ordem de ideias, mais um adeus: o adeus ao papel!

De facto, com a utilização dos Quadros Interactivos (Q.I.) muito papel poderá também ser evitado, em muitos casos.

Há dias, numa aula de Português, realizei uma sessão de leitura com uma obra de Ilse Losa, “Faísca conta a sua História”.

Para essa sessão, seriam, normalmente, precisos, no mínimo 15 livros (1 para dois alunos). Pois, com o recurso ao Q.I. todos os alunos puderam ler e acompanhar o desenrolar da história sem precisarem de manusear o livro. Puderam, inclusive, destacar no texto, a cores diferentes, as diversas marcas do narrador, sublinhar os adjectivos que descreviam determinada personagem, identificar os muitos pronomes pessoais existentes em determinado parágrafo (era esse o conteúdo gramatical a abordar nessa aula), sem que, para isso, tivessem que danificar o seu “livro virtual”. E mais. No fim da leitura, ao ser-lhes pedido para responderem a um questionário de escolha múltipla sobre a compreensão da história lida, não foi preciso distribuir quaisquer folhas de papel para os alunos registarem a suas respostas. Recorrendo ao ACTIVote, os alunos responderam entusiasticamente às 30 perguntas que lhe foram colocadas, podendo aceder imediatamente ao resultado do teste.

Mas não será apenas um adeus ao papel. Com a capacidade de prender a atenção dos alunos, de os motivar mais e de lhes solicitar uma maior interactividade, o Q.I. poderá contribuir também para um adeus à distracção e à desmotivação dos alunos, graças às potencialidades motivadoras e interactivas que esta nova tecnologia apresenta.

E se, através desta tecnologia, o aluno poder ele próprio passar de um receptor meramente passivo de conteúdos tradicionalmente debitados pelo professor, para um construtor da própria aprendizagem, partilhando-a com os restantes colegas, então algo de profundamente diferente e positivo começará a surgir nas nossas salas de aula.

E se tal vier a ser uma realidade e não uma mera utopia, então que sejam bem-vindos, às nossas escolas, os Quadros Interactivos."

José Cerca

Escola EB 2.3 de Arouca

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2 comentários:

  1. Agora sim!

    Não precisamos de papel, todos aprendem, e todos são felizes e...
    por tão pouco dinheiro... algum
    entusiasmo e muita engenuidade.

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  2. Este comentário, anónimo, nm tom extremamente irónico, revela muita insensibilidade e nenhum conhecimento dos factos e do projecto em curso. Comentar deste modo uma opinião sem procurar saber mais acerca da realidade, parece-nos despropositado e desrespeitador.
    "Algum entusiasmo e muita [i]ngenuidade", são classificações impróprias! Eu diria: muito entusiasmo e muita genialidade! Acredite-se ou não, mas dos cépticos e 'velhos do Restelo' estamos nós fartos! Há quem deseje continuar na sua rotina, quem queira pouco trabalho e muito tempo livre! Há quem não tenha consciência profissional e revele muito pouco respeito por quem deseja mudar, preocupando-se com o (in)sucesso dos nosso alunos e do ensino em Portugal!
    Contudo, como sempre ouvimos dizer, "dos fracos não reza a História"...
    Bem haja!

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