sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Escola–Comunidade: uma parceria interessante

O Centro Educativo da Praça, Macieira de Cambra decidiu, de há uns tempos a esta parte cortar relações com a rotina e apostar numa forma de estar inovadora e conducente a uma escola de excelência. Em algumas salas, quer da Escola, quer do Jardim de Infância, o velho quadro negro foi trocado por quadros brancos, não estáticos, mas com vida, onde o aluno não se limita a escrever, mas trabalha interactivamente os conteúdos apresentados.

Para que isto seja possível, é necessário que Professores e Educadores de Infância ultrapassem os seus limites, se esqueçam do relógio e vivam, até ao último momento, para um projecto que, de facto, me parece a grande aposta do futuro. Construir aulas atractivas, à justa medida dos alunos da turma, motivando-os para aprender, para a construção dos seus próprios conhecimentos, para o prazer de estar na escola (há dias diziam-me os meus alunos: - “Professor, não queremos ir ao recreio, queremos ficar aqui no quadro!”) é, na realidade, caminhar para um ensino de excelência.

Mas a excelência não está só na tecnologia, mas também na abertura da Escola à Comunidade. E isso vê-se no nosso Centro Educativo. É com a Associação de Pais e Encarregados de Educação (legítimos representantes da Comunidade) que construímos o nosso projecto. É apresentando-lhes as nossas ideias, discutindo e aceitando as deles, que se gera uma envolvência e uma dinâmica com efeito de bola de neve. E isto vê-se no entusiasmo que a Associação de Pais põe na organização do Arraial Convívio, da tômbola e de tantas outras iniciativas. Os fundos angariados são postos ao serviço da Escola, não para gastos superficiais ou supérfluos, mas para apostar na inovação – muito recentemente a Associação de Pais apostou na compra de mais um quadro interactivo.

Na sociedade actual, a Comunidade Educativa tem que procurar ser mais activa, interveniente, dialogante, construtiva. Os Pais não podem estar contra a Escola, mas com ela. E isto sente-se na Escola do Primeiro Ciclo da Praça – Macieira de Cambra. Depois, gera-se uma onda que envolve no processo educativo a Autarquia, as Associações e outras entidades.

O resultado começa a aparecer…

O futuro fará história.

M. Pinho

Coordenador da Escola E.B.1 da Praça

Macieira de Cambra – Vale de Cambra

Escola INTERACT

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

A colaboração dos pais é fundamental no Interact


A Associação de Pais e Encarregados de Educação do Centro Educativo da Praça registou com muito agrado neste site, no passado mês de Junho, a instalação de dois quadros interactivos na nossa escola, um numa sala de aula do 1º ciclo e outro no Jardim de Infância, e, atendendo ao excelente acolhimento que os mesmos mereceram por parte dos alunos, professores e educadoras, comprometeu-se a desenvolver esforços no sentido de aumentar o número deste tipo de equipamentos.

Após três meses, é com satisfação que podemos informar que já foi formalizada a encomenda de um novo quadro interactivo e que a nossa escola tem professores que aguardam a sua instalação com ansiedade.

Em qualquer área de trabalho, muito dificilmente se conseguem bons resultados individualmente, e só o envolvimento e colaboração de todos os grupos com ela relacionados garante a evolução positiva. Neste caso, de nada valeria o esforço desenvolvido pela Associação de Pais na angariação de fundos e aquisição de novos quadros interactivos, se não pudéssemos contar com a grande disponibilidade e dedicação dos professores e educadoras, que ocupam muitas horas do seu tempo a preparar as apresentações electrónicas das aulas, que tanto motivam e encantam os nossos filhos (uma pequena nota para referir que foram vários os pais de alunos do Jardim de Infância que, no último período de aulas do ano lectivo transacto, nos deram conta que os seus filhos ficavam tristes nos dias em que o acesso ao quadro interactivo era concedido aos seus colegas, o que comprova a atracção que o mesmo exerce sobre as crianças).

A Associação de Pais deixa aqui o seu sentido reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelos professores, educadoras, Agrupamento Vertical de Escolas do Búzio e Centro de Formação de Entre Paiva e Caima, e mantém o compromisso de continuar a colaborar activamente no desenvolvimento da nossa escola. Por fim, um agradecimento especial dirigido a todos os pais, familiares e amigos dos alunos da Escola da Praça, pois são a “origem” dos fundos que conseguimos recolher.


Associação de Pais e Encarregados de Educação do Centro Educativo da Praça (APEECEP)

Jardim de Infância e EB1 da Praça – Macieira de Cambra

Agrupamento Vertical de Escolas do Búzio – Vale de Cambra

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

K.O. aos quadros negros

Um novo sistema de quadro interactivo está a revolucionar o ensino nas escolas de Vale de Cambra, Arouca e Castelo de Paiva. No lugar do tradicional quadro negro, um outro abre caminho, concretizando praticamente qualquer ideal e libertando a criatividade do professor.


Desde Fevereiro deste ano, 21 escolas, do pré-escolar ao secundário, da área geográfica do Centro de Formação do Entre Paiva e Caima têm ao seu dispor um conjunto de ferramentas para dinamizar a aula. Um computador, um quadro branco interactivo onde projectar a imagem do monitor, um projector e uma caneta a ocupar o lugar do rato são os elementos essenciais. O resto é com o software – há dois disponíveis, dependendo do grau de ensino – e com o uso que o professor lhe quiser dar. As possibilidades são infinitas. O programa reúne, se não tudo, grande parte das características dos conhecidos aplicativos de texto e imagem, mas aqui ao serviço da docência. É possível escrever com vários tipos de letra, tamanho ou cor, auxiliar-se de imagens – disponíveis na biblioteca do software ou adicionadas pelo utilizador -, trabalhar sobre vários tipos de grelhas – linhas, quadriculada, lisa ou mesmo pautas musicais -, etc. Todas as tarefas executadas naquele quadro são guardadas. A criatividade de cada um dita as regras num jogo em que as estratégias podem ser às centenas. O sistema faz-se ainda acompanhar de uma ferramenta, o ACTIVslate, que não é mais que um pequeno quadro onde o professor ou o aluno faz exactamente o mesmo, mas à distância. Desta forma, o docente pode circular pela sala e o aluno pode “ir ao quadro” sem sair da cadeira. Também sem se moverem do lugar, todos os alunos – e não só alguns, como é hábito – podem responder às perguntas do professor. Basta ser uma pergunta de resposta sim/não, verdadeiro/falso, ou escolha múltipla. Através do ACTIVote (na foto), um pequeno aparelho do tamanho de um punho fechado, cada aluno pode votar na resposta que julgar ser a correcta. O software converte as respostas dadas para percentagens e apresenta-as num gráfico ou mesmo em folha de Excel. Numa turma de 30 alunos, onde é difícil saber quem sabe e quem não sabe, este extra acaba por ser uma ajuda à avaliação do docente, uma vez que grava as respostas individuais de cada aluno. Até aquele aluno que nunca fala nem levanta o braço pode dar o seu contributo.
O ACTIVote tem-se revelado tão eficaz, que a Escola Secundária de Vale de Cambra, onde está instalado o Centro de Formação Entre Paiva e Caima, tem usado o sistema na sua própria avaliação interna junto de professores e demais funcionários.


Sucesso do equipamento depende do docente

Para além de uma concentração redobrada, José Paulo Santos garante melhores resultados. “Os miúdos hoje funcionam muito através do visual, da imagem. Ora isto com o quadro negro é impossível e não há dinamismo. Com o quadro interactivo há cor e movimento!”, explica o professor, realçando a capacidade que a nova ferramenta tem de guardar tudo o que nela é exposta.
No entanto, engana-se o professor que pensa fazer milagres apenas com o quadro, adverte o coordenador do projecto. O primeiro passo é inovar a metodologia de ensino, o que, de acordo com José Paulo Santos, “para muitos, é difícil”. É suposto que o docente passe a ser um monitor na sala de aula, mas sem deixar que o quadro assuma o protagonismo.
O quadro interactivo não está alheio ao risco de perda de popularidade. Depois de um a dois anos, a novidade já não é assim tão nova e cabe ao professor impedir que isso aconteça. “O docente tem de continuar a mudar o seu estilo, a diversificar actividades”, recomenda José Paulo Santos, desaconselhando o uso frequente do quadro, sob o risco de professor e aluno ficarem dependentes do instrumento e o primeiro perder a criatividade. Além disso, a luminosidade do quadro interactivo pode prejudicar a visão de ambos.


O projecto, intitulado Interact, está em prática desde Fevereiro de 2005. Antes disso, o coordenador e grande impulsionador do Interact, o professor José Paulo Santos, tentou candidatar o projecto ao programa europeu Sócrates/Minerva. A candidatura abrangia não só escolas portuguesas como europeias. O chumbo de Bruxelas levou José Paulo Santos a recorrer a empresas para estabelecer parcerias que lhe financiassem o equipamento. A empresa inglesa Promethean forneceu os 25 quadros interactivos e a Sanyo os 25 Activslate, 25 Activtablet, 10 conjuntos Activote e 15 projectores. Os custos ultrapassaram os 100 mil euros.
(...)

in jornal ALERTA!
Anabela Carvalho

24-9-2006, a!

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

O espectáculo vai começar!

O ano lectivo 2006-2007 está aí! As escolas reabriram as portas (que nunca fecharam!) à chegada dos seus professores. É tempo, agora, de organizar o novo ano de trabalho, planificando as aulas de acordo com os programas de cada disciplina.

Se alguns professores mostram satisfação pela sua colocação, muitos outros denotam já frustração, tristeza e desilusão, pois foram “atirados” para escolas distantes de casa, longe da família, obrigando-os a um esforço físico e psicológico diário que deixa pouca margem à simples alegria de tirar o máximo partido desta magnífica profissão de PROFESSOR!

A todos estes colegas, deixo aqui a minha homenagem e o meu profundo respeito pela coragem, pelo empenho e pela dedicação a esta “missão”, apesar de todas as dificuldades e incompreensões…

O Projecto Interact, também ele, aproveitou o sol para regressar mais vivo e determinado.

Para satisfação do Centro de Formação de Entre Paiva e Caima, a maior parte dos professores vão manter-se ligados ao projecto nas várias escolas. Contudo, alguns, compulsivamente ou não, abandonam para tristeza nossa e deles, como se pode comprovar através desta mensagem:

Olá. É com tristeza que escrevo este email. A tristeza de ser contratada e ver-me obrigada a ser afastada, ano após ano, das escolas por onde tenho passado. Participei no projecto, que nos envolveu a todos, com enorme prazer. Para mim, foi fascinante descobrir as potencialidades do programa, em conjunto com as crianças. Agradeço todas as preocupações que tiveram comigo e, sobretudo, terem permitido que eu mostrasse o meu interesse. Neste momento, resta-me esperar que a minha colocação seja num agrupamento envolvido no projecto. Ou que surja dentro do grupo do projecto Interact um espaço para eu continuar a aprender convosco. Bom ano de trabalho. Podem contar sempre comigo. Educadora Isabel Maia

Aos colegas Isabel Maia, Glória Regina e Francisco Madureira, entre outros, os nossos mais sinceros agradecimentos pelo trabalho que desenvolveram, cumprindo largamente os objectivos do Interact. O vosso contributo foi grandioso! O nosso reconhecimento é enorme!

Como nem tudo são tristezas, para o relançamento do projecto Interact, proponho a leitura de um texto da autoria da colega Inês Conceição cuja narrativa nos tem habituado ao encanto:


O espectáculo vai começar!...

Muito se tem falado da Educação em Portugal, sobre a classe docente, à qual pertenço, por vezes, usando-se um discurso um tanto ou quanto agressivo, criando um mal-estar entre nós, profissionais de educação.

Para acalmar este desconforto, desvio o meu pensamento para o meu segundo sonho profissional – fazer teatro…mas, imediatamente recordo as palavras do actor Raul Solnado, ditas numa entrevista televisiva, faz já algum tempo:

«…os professores! Esses sim… são actores verdadeiramente espectaculares. Enquanto que eu tenho de representar a mesma peça para públicos diferentes, cada dia… eles têm, diariamente, a plateia cheia, sempre com o mesmo público, para o qual têm de representar de maneira diferente e assim continuarem a ter “ casa cheia”…».

Afinal, como professora/actriz consigo ser verdadeiramente espectacular!...

O teatro, como a sala de aula, é um espaço mágico, mesmo estando vazio… o mais complicado é manter essa magia quando as portas abrem e as salas se enchem!

Convido-vos a virem ao “teatro”…e assistirem ao ensaio do “professor/actor”.

As célebres pancadas de Molière já se fazem ouvir e em breve abrem-se as cortinas e …o espectáculo vai começar!...

Os cartazes anunciam que vão ser várias as salas, fruto de um intitulado “choque tecnológico”, a fazerem magia tendo como suporte técnico, ferramentas de todos os tipos: mais verbas, mais computadores, mais banda larga, …Quadros Brancos Interactivos… (Ah! Que fascínio!) …

O QBI (Quadro Branco Interactivo) é um novo “cenário” sobre o qual, os olhos inquietos e descobridores, dos espectadores, focam a sua atenção!...

Sobre os QBI apontam-se as luzes dos holofotes para melhor se visualizar a cor, o dinamismo, o entusiasmo, a motivação, …a felicidade que eles trouxeram às salas.

Se é verdade que os QBI são úteis e um fascínio é preciso reconhecer que eles não se podem tornar o aspecto central das salas de aula. A primeira e indispensável qualidade de uma boa aula reside na qualidade do professor que aí dinamiza boas práticas. O teatro não se faz só com cenários, há mesmo excelentes representações sem cenários. Por isso, é no palco, naquele espaço que medeia a plateia e o cenário, que o actor/professor representa e faz com que, dia após dia, aconteça magia, tenha”casa cheia” e a peça seja um sucesso.

Os bons professores sabem o que se deve fazer e esforçam-se por fazê-lo.

Vislumbram-se grandes reformulações e reconversões pedagógicas!...Será que o ensino precisa assim tanto delas?!...

O mais importante será partilharmos o que de tão bom já se faz, reflectir e consolidar metodologias provadas, adoptando-se as mudanças para o que a experiência/prática já deu provas de funcionar.

Os QBI podem ser a lufada de ar fresco, que atravessa o palco e chega ao público levando consigo a frescura e leveza do conhecimento. Podem ser aproveitados como uma ferramenta proporcionando algumas mudanças/adaptações metodológicas e dando uma maior consistência a estratégias inovadoras. Por experiência própria, considero que essas mudanças devem ser graduais, testadas e avaliadas.

É com esta visão, através do espírito de partilha, trabalho, esforço desmesurado, persistência e dedicação do nosso coordenador, José Paulo Santos, que o Projecto Interact tem programado e criado espaços de partilha e reflexão:

Para terminar este ensaio do “professor/actor”, anuncio:

“O espectáculo vai começar…” e a 2ª digressão de QBI na sala de aula vai iniciar…

Chegou a hora de compartilhar meditações e começar a ler os guiões… mas, guiões que tragam às nossas salas representações espectaculares e se o público nos levar a afastar do guião, o improviso é a solução!... O que interessa é que a magia aconteça espelhando felicidade quer do aluno quer do professor/actor.

Maria Inês Duarte Vieira da Conceição
Prof. do 1º Ciclo