terça-feira, 17 de julho de 2007

Experiências com os Quadros Interactivos na disciplina de Inglês

O impacto que as novas tecnologias têm no desenvolvimento de todos os sectores da sociedade é enorme e impensável num passado recente. Também no sector da educação e, concretamente em sala de aula, a importância dos meios informáticos como instrumento auxiliar no processo de ensino/aprendizagem é notória, uma vez que se torna cada vez mais necessário diversificar estratégias e metodologias, no sentido de despertar e motivar os alunos para novas descobertas. Esta nova realidade começa a revolucionar os modelos de prática lectiva em vigor. De facto, a aprendizagem tradicional começa a ceder em favor das aprendizagens centradas nos hipermédia, as quais incluem os Quadros interactivos (imagens e sons associam-se a textos e a outros sons e imagens). O ensino caminha para um estado de construção e descoberta, no qual o professor passa de transmissor a facilitador da aprendizagem, e a mera absorção de conteúdos programáticos dará lugar à crítica reflexiva de informação. Assim, é dado ao aluno a possibilidade de ser ele próprio a construir a sua própria aprendizagem, permitindo que ele questione, actue, e observe o produto da sua acção.


Durante as poucas aulas em que trabalhei com o Quadro pude:

  • constatar o grande entusiasmo que os alunos revelam e a facilidade com que aprendem a manusear as ferramentas de trabalho;
  • verificar que a utilização do Quadro dá aos alunos a sensação de poder fazer / construir;
  • concluir que os alunos com o Quadro conseguem aprender pelo prazer da descoberta; encaram os exercícios como um jogo.
Este aspecto é importante uma vez que, assim, aprendem normas sociais e adquirem conhecimentos de forma dinâmica. Mais ainda, o jogo reflecte a realidade, permite adquirir conhecimentos e fornece pretextos para a solução de problemas. Trata-se de um processo no qual o aluno pergunta, age, e observa os efeitos da sua acção. Este factor é extremamente importante para o seu desenvolvimento. Os alunos têm revelado grande entusiasmo e aprendem com surpreendente rapidez a utilizar a pen e as ferramentas. Neste modelo educativo, há a possibilidade de o aluno assumir um papel mais activo, participativo, criativo e colaborativo, escrevendo no Quadro, arrastando objectos, figuras, acrescentando e retirando informação, sublinhando palavras, colorindo, participando na construção de esquemas, gráficos, sínteses, resumos, simulando experiências que, com um simples click podem ser guardados, enviados por e-mail. Mais ainda, todos estes gestos podem ser vistos em simultâneo por toda a turma, debatidos, comentados e avaliados.


Apesar de me sentir adepto desta nova tecnologia, confesso que, no início, esta nova realidade pareceu-me um pouco complexa no que ao manuseamento das ferramentas diz respeito. Para além disso, a concepção de materiais e as estratégias de utilização do equipamento requerem um grande investimento em termos de tempo. Contudo, com a ajuda preciosa por parte dos coordenadores, a troca de informação com outros colegas, e algum empenho e imaginação, não só consegui aprender a manusear as ferramentas de forma razoável, como fui melhorando bastante no tempo dispendido na construção dos Flipcharts. Face às expectativas iniciais, penso ter conseguido adquirir os conhecimentos essenciais para a elaboração de Flipcharts. Ao longo do ano, produzi alguns materiais didácticos para a disciplina de Inglês (5º Ano), os quais, para além de fazerem parte do programa, parecem-me adequados para os alunos em causa. Os materiais elaborados foram relacionados com os seguintes conteúdos programáticos: Nouns - Singular/Plural; Food; Means of Transport. Apesar da pouca experiência que tenho ainda, concluo, entre outros aspectos, que se quisermos captar a atenção e interesse dos alunos podemos consegui-lo com facilidade se transformarmos a nossa actividade docente num verdadeiro jogo. Assim, consegue-se que a aprendizagem do aluno se transforme na mais divertida das suas actividades e para ela, aprender será sinónimo de jogar. Com o Quadro Interactivo consegue-se que aprendam pelo prazer da descoberta do jogo.


É importante manter a motivação dos alunos, pois só assim será possível avançar em todos os domínios. Esta actividade precisa de trabalho e investigação do educador para conhecer quais as estratégias que são mais relevantes para o desenvolvimento do aluno e fomentá-las ao mesmo tempo que tem de avaliar a sua pertinência neste processo complexo de aprendizagem.


As ferramentas de comunicação e interacção à distância proporcionadas pelas TIC podem ser potenciadas na promoção de boas práticas nos vários contextos e modelos de aprendizagem, de que são exemplo o trabalho colaborativo (terá que se investir mais nesta modalidade) e as comunidades virtuais de aprendizagem. A implementação de novos modelos curriculares com maior ênfase em competências transversais e na realização de tarefas de uma forma autónoma por parte do aluno e, ainda a inclusão de novas áreas curriculares não disciplinares, justifica a contínua formação de professores no sentido de dar resposta a estes paradigmas, incluindo as TIC como ferramentas potenciadoras e geradoras de novas situações de aprendizagem e metodologias de trabalho.


Por fim, quero destacar a constante disponibilidade e interesse, por parte do Coordenador, Professor José Paulo Santos, em relação ao trabalho realizado, bem como o rigor das análises e sugestões que foi fazendo ao longo do ano. Destaco, ainda, a disponibilidade constante da Professora Helena Vide no sentido de tirar dúvidas e dar sugestões relativamente à selecção e apresentação de vários conteúdos a incluir nos
Flipcharts.


Fernando Jorge Serralheiro Marques

Agrupamento de Escolas do Búzio (Vale de Cambra)


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