terça-feira, 25 de abril de 2006

Quadros Interactivos: A Escola Secundária diploma alunos da Escola EB1 do Soto

No dia 23 de Março, os alunos do 1º e 2º ano da EB1 do Soto deslocaram-se à Escola Secundária de Arouca para assistir a uma demonstração da utilização dos Quadros Interactivos.
À chegada, foi-lhes servido, por dois alunos do Curso de Empregado de Mesa, um pequeno lanche, preparado pela turma com todo o cuidado, enquanto o professor António Soares (Mané) ultimava os preparativos para a aula. Quando finalmente tudo estava pronto, os alunos dirigiram-se para a sala onde assistiram e participaram nas diferentes actividades planeadas pelo professor Mané. Os alunos acompanharam com grande interesse e muito entusiasmo todas as actividades. O tempo voou, muitos queriam continuar a interagir com os quadros, mas já estava na hora da partida e, lá fora, o autocarro aguardava para o regresso à escolinha do Soto. Durante toda a aula foi notório o interesse e o contentamento destes miúdos frente a este material didáctico.
É pena que nem todas as escolas do 1º ciclo possam usufruir deste e de outros equipamentos didácticos muito úteis para modernizar os espaços de ensino, tornando-os mais atractivos, para promover a motivação e o sucesso do processo de ensino-aprendizagem. A Associação de Pais agradece à Escola Secundária de Arouca e em especial ao professor Mané a oportunidade que foi dada a estes alunos, que não esquecerão tão cedo os bons momentos passados com o Quadro Mágico. Agradece igualmente a disponibilidade do professor Costa Gomes em aderir e colaborar com a Associação de Pais nas suas iniciativas.

Pela Associação de Pais da Escola EB1 do Soto

sábado, 22 de abril de 2006

Projecto Interact na Escola EB 1 de Areias

Interact. Collaborate. These are two essential actions in the dynamics of Project INTERACT. INTERACT places its emphasis on initiatives that generate new interactive/collaborative learning environments and conditions for change in education, with the aim of promoting an oriented process of learning, variation in the modes of teaching, the development of new methods of evaluation and of new learning materials. It focuses on expectations from initiatives that may contribute towards new experiences in the development of learning supported by technology. Through pulling together efforts from several entities interested in progress, sustained development of regions and in a culture of cooperation/collaboration, we can substantially improve the teaching and learning processes in schools and the community, counteracting exclusion, school abandonment and the low rates of school success of the region where the project will be implanted: between the rivers Douro and Vouga. Technologies invade our daily life and are part of the lives of our young. Through them they can communicate, play, work, plan, and have access to an enormous amount of information. Taking advantage of the aptitude children and youths have for using these technologies, teachers can concentrate on a single tool in the classroom, and through this on all the resources necessary to develop activities of collaboration and interaction which are much more appealing. We believe that, together, in collaborative work environment, we will be able to counter social inequality, and this will have a significant impact on the level of education and in citizenship.

The Portuguese schools involved in the Interact Project are located in the geographic area of the Centro de Formação de Entre Paiva e Caima, northeast of the district of Aveiro. All of them are situated in an disadvantadged region, far from the big centres (OportoLisbon), and majorly inserted in rural environments. Almost all schools are connected to the Internet (Broad Band). In general there is some school abandonment and school failure. Teachers are willing to embrace new projects that motivate pupils, especially with the aid of ICT. Installation of Interactive boards is underway in these schools. Some of these schools offer teachers and pupils a services management system by means of a digital identification card.

In this video (almost 58 minutes) you can see some activities that we can do with interactive whiteboards in the classroom. This is a Primary School called "Escola EB 1 de Areias", in Vale de Cambra city:

terça-feira, 11 de abril de 2006

Última hora: FORUM Interact

Caros amigos,

é com enorme prazer que informamos da existência de um FORUM para o projecto Interact. Todos os professores envolvidos no projecto devem registar-se no mesmo para poderem participar activamente, partilhando as suas experiências e colocando questões e dúvidas.
Podem, também, partilhar os vossos flipcharts... ;-)

Entrem... Estamos à vossa espera!

P.S. - Para aceder directamente ao Fórum Interact através deste blog, colocámos um acesso aqui, na parte lateral direita, na secção LINKS...

terça-feira, 4 de abril de 2006

O efeito camaleão

... e a vida não se faz só de Quadros! Há também outra ferramenta complementar: os ACTIVote. Um dispositivo semelhante a meio ovo com teclas que permite responder a questionários de escolha múltipla (seis opções), verdadeiro ou falso, sim ou não! Através de uma comunicação por radio-frequência com o quadro interactivo, o ACTIVote permite-nos elaborar testes de avaliação e obter, de imediato, os resultados, seja em modo anónimo ou nominal. As classificações podem ser visualizadas em gráficos e são exportáveis para uma folha de Excel. Imaginam as potencialidades desta tecnologia na avaliação dos conhecimentos dos nossos alunos?!
Aqui fica o desafio e um curto relato de uma experiência em contexto de avaliação interna de uma escola, assinado pela Prof. Cristina Filipe. Nesta experiência, inédita, foram utilizados 96 dispositivos em simultâneo!

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Olá, caros colegas!

Em primeiro lugar, quero felicitar todos aqueles que têm trazido a este blog o relato de experiências e o testemunho do trabalho interessantíssimo que se pode realizar no âmbito dos quadros interactivos. Sou docente da Escola secundária de Vale de Cambra e, no passado dia 29 de Março, participei de uma experiência que gostaria de partilhar convosco. A nossa escola está a levar a cabo, a título experimental, um processo de avaliação interna. Durante o primeiro período os docentes foram convidados a responder à primeira fase do inquérito. Neste segundo período, a equipa responsável por esse trabalho, com a colaboração do Conselho Executivo, entendeu dever “testar” os quadros interactivos também neste tipo de actividade, propondo-se fazer um ACTIVote com o inquérito. Da intenção à prática foi apenas o tempo de preparar os inquéritos e os equipamentos. Devo dizer que correu extraordinariamente bem. Foram realizadas duas sessões, a primeira demorou cerca de 45 minutos, mas era só para “aquecer”! É que a segunda já só demorou 20 minutos! No final do inquérito, quando questionadas sobre a eficácia desta modalidade de inquérito, por comparação com a que foi utilizada na primeira fase, invariavelmente as respostas apontavam para um muito maior interesse e eficiência. Foi essa também a percepção da equipa que trabalhou no projecto. Após a tarefa de responder às questões, o tratamento dos dados ficou também muito mais facilitado porque o ACTIVote permite fazer a estatística de cada resposta em tempo útil, e exportá-la, por exemplo para uma folha Excel...

O mais interessante nesta experiência é a consequência que adveio: o coordenador da formação nos quadros interactivos da nossa escola propôs uma sessão de formação a todos os professores para o próximo dia 11 de Abril. Então não é que, depois da sessão de avaliação da escola, os pedidos de inscrição para essa formação cresceram significativamente?!

Experimentem e comprovem que algumas “tecnologias” não são só demagogias... o efeito “camaleão” é uma realidade...

segunda-feira, 3 de abril de 2006

O Q.I da Biologia

O relatos de experiências dos professores sucedem-se e fica-nos a impressão, mesmo para os mais cépticos, que algo muda na dinâmica da sala de aula, apenas com o auxílio desta tecnologia.
Parece-nos que o professor se sente muito mais empenhado, ainda mais focalizado no sucesso do aluno... Porquê? Simplesmente, porque a concentração do aluno se focaliza totalmente no assunto que está a ser tratado na aula. A participação e o envolvimento do aluno aumentam exponencialmente. Ora, face a este novo tipo de atitude do aluno dentro da sala de aula, o professor sente-se muito mais estimuldado, mais motivado para desenvolver cada vez mais e melhores conteúdos capazes de seduzir e de cativar a turma, favorecendo a aprendizagem natural...
Contudo, fica aqui um aviso: estes resultados, estas mudanças só acontecem com imenso trabalho por parte do professor! Os professores envolvidos no projecto Interact produzem imensos conteúdos e dedicam imenso tempo à construção de dos mesmos para manterem o nível de concentração e de interacção da turma... Não é fácil, mas também ninguém disse que os bons resultados caem do céu!
Leia com atenção o testemunho da Professora Maria João Ferreira, da Escola Secundária de Vale de Cambra.


::::::::::::::::Interactividade biogeológica::::::::::::::::

Após um início marcado pela inevitável “resistência à mudança” à mistura com a progressão na aprendizagem do manuseio do quadro interactivo (QI), nesta fase, o balanço é esmagadoramente positivo.

Num ambiente de ensino com recurso ao histórico quadro negro e a materiais já produzidos em meio informático mas transpostos para acetatos, contrastando com a crescente exposição e interacção dos alunos e professores ao mundo infinito da Internet e à sofisticação das ferramentas informáticas e de comunicação, a actividade lectiva tem dificuldade em cativar os alunos. Recorde-se a complexidade tecnológica e o conjunto de funcionalidades que caracterizam os telemóveis que todos os nossos alunos têm.

Suportar a actividade lectiva no QI é de facto um salto qualitativo assinalável.

Para além de uma tecnologia inovadora, traz real valor para professores e, sobretudo, alunos. A preparação dos conteúdos pode agora ser mais rica, podendo incorporar para além dos habituais textos, esquemas, figuras, fotografias e gráficos, animações, filmes e hiperligações Internet.

A utilização dos QI nas aulas, para além da flexibilidade na apresentação dos conteúdos preparados com antecedência, tem como principal vantagem a facilidade na manipulação dos próprios conteúdos. Assim, é possível que os alunos escrevam no próprio quadro legendas de figuras, desenhem gráficos, resolvam fichas de trabalho elaboradas em Microsoft Word. Sempre que necessário podemos rapidamente aceder à Internet para visualizar filmes ou realizar pesquisas rápidas.

A apreensão das matérias faz-se recorrendo muito mais à interactividade dos alunos com os conteúdos.

As aulas são agora uma actividade muito mais esquadrada na realidade dos alunos, com níveis de interesse e participação muito mais elevados, quando comparados com metodologias mais tradicionais.

A compreensão dos conceitos da Biologia e da Geologia, disciplinas que lecciono, é muito facilitada pela dinâmica que consigo dar aos esquemas e pela incorporação de filmes e animações do admirável mundo da World Wide Web a que instantaneamente tenho acesso.

No final de cada aula, para disponibilizar os materiais apresentados e trabalhados nas aulas, basta colocá-los no meu site na Internet. Sempre que necessário, os materiais são disponibilizados aos alunos com antecedência. A imaterialidade deste tipo de suporte acaba por constituir também uma vantagem, tornando a partilha de informação quase instantânea.

A escassez de salas equipadas, cada vez mais requisitadas, impossibilita a sua utilização em todas as aulas. Penoso para mim e para os alunos. Penso que estamos a desenvolver uma alergia ao giz e ao quadro negro.

As primeiras utilizações do QI foram, confesso, algo atribuladas. Os meus alunos, inicialmente cépticos, estão agora muito mais à vontade e com vontade de mostrarem o que são capazes de fazer. Passados três meses, as aulas, nas palavras dos alunos, deixaram de ser “aquela seca”, são mais interessantes, e “a memorização e compreensão da matéria é muito melhor”.

Espero, ansiosamente, pela possibilidade de construir animações. Até lá continuaremos, eu e os “miúdos” à descoberta!

Maria João Ferreira
Escola Secundária de Vale de Cambra
3 de Abril 2005

sábado, 1 de abril de 2006

"É bom? Vale a pena? Ou nem por isso?..." - Estudo feito com professores e alunos

Conhecer a opinião de outros utilizadores do Q.B.I. é importante! E saber quais as vantagens e desvantagens da sua utilização ainda mais... Por isso é que, além fronteiras, já são feitos estudos no sentido de averiguar se os Q.B.I. são realmente instrumentos úteis. O melhor é dar uma olhada e conhecer as diferentes opiniões de alunos e professores!
É necessário avaliar e acompanhar todos os projectos que envolvem os quadros brancos interactivos. No Interact, essa tarefa cabe ao Centro de Competência Nónio da Universidade de Aveiro.
Este é um estudo levado a cabo por William D. Beeland, Jr., Department of Curriculum & Instructional Technology em Valdosta State University, Valdosta, Georgia - USA, tendo sido traduzido especialmente para este blog.

:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Envolvimento do Aluno, Aprendizagem Visual e Tecnologia: podem os Quadros Brancos Interactivos ajudar?
William D. Beeland, Jr.

O objectivo deste estudo era verificar o efeito do uso dos quadros interactivos como uma ferramenta educacional. Especificamente, a intenção era de ver se o conhecimento do aluno, durante o processo de aprendizagem, aumenta quando um quadro interactivo é usado como fornecedor de informação. Para além disso, pretendia-se determinar se quando um quadro interactivo é usado na sala de aula, este influencia o nível ao qual os estudantes estão sujeitos no ambiente de aprendizagem. Por outras palavras, a forma como os quadros são utilizados afecta o nível de ensino dos alunos?
Um total de dez professores de escolas básicas e 197 estudantes participaram no estudo. Em cada uma das dez aulas, o professor apresentou uma aula usando um quadro interactivo. Depois, foi feito um estudo e alguns estudantes preencheram um questionário. Professores também completaram um questionário. Os resultados do estudo e dos questionários revelaram uma forte preferência pleo uso dos quadros interactivos na sala de aula. Os resultados serão utilizados em posteriores decisões de gastos tecnológicos na nossa escola.

Introdução
Como Instructional Technology Coordinator and School Improvement Steering Committee Chairperson estou responsável pela identificação de formas em que a tecnologia pode ser utilizada para melhorar o ambiente de aprendizagem, tanto para professores como para alunos, na nossa escola. O objectivo é criar ambientes onde os alunos participem activamente, pois o empenho dos alunos é um dos mais importantes factores que afectam o ensino e a motivação dos estudantes para aprender. Quando os alunos são indiferentes à aula, uma barreira é criada. Um método de transmissão de informação que poderá ajudar à evolução dos estudantes na aprendizagem é o uso de quadros interactivos.
Por isso, a nossa escola investiu em seis quadros interactivos, assim como em computadores e projectores necessários, num custo de aproximadamente 6000 dólares cada. A escola apenas está interessada em continuar a investir nestes quadros se esta tecnologia fizer uma diferença positiva na evolução e no ambiente de trabalho de professores e alunos.
O Q.B.I. pode ser usado para transmissão de informação numa variedade de métodos que podem ser classificados em três modalidades de aprendizagem. A primeira modalidade é a aprendizagem visual. Com o uso do quadro, esta pode ir desde o uso de texto e imagens até ao uso de animação e vídeo. Aprendizagem auditiva é a segunda modalidade. Actividades que envolvem o som incluem o uso da "palavra falada" para pronunciação, discursos, poemas e ainda sons e música. A terceira modalidade de aprendizagem é através do tacto. Permitir que os alunos interajam fisicamente com o quadro é uma ajuda para que os alunos toquem e percebam como funciona. Muitos softwares podem ser usados para envolver o utilizador e o quadro interactivo. A forma como cada uma destas três modalidades é incorporada numa aula poderá determinar a evolução dos alunos que, assim, são motivados a aprender.
A minha opinião é a de que o acesso aos Q.B.I. aumentarão o nível de formação dos estudantes, cuja extensão será determinada pelo número de modalidades de ensino usadas pelo professor e pela riqueza de cada uma.

Crítica Literária
De todas as formas de tecnologias hoje disponíveis para os professores na sala de aula, os quadros interactivos podem ter uma importância significativa para atingir as necessidades dos alunos com diversos estilos de aprendizagem, e no aumento da motivação. O Q.B.I. é uma tecnologia que começou a ser usada nas salas de aula nos anos 90. Medem geralmente a partir dos 106,68 cm ate aos 182,88 cm na diagonal, podendo ser fixados à parede ou colocados num suporte.
Os quadros sensíveis ao toque permitem aos alunos e professores interagir com a tecnologia numa maneira que, anteriormente, não era possível. O quadro digital permite que os utilizadores interajam directamente com as aplicações sem necessitarem de estar em frente a um computador cuja imagem é projectada no quadro.

Texto, gráficos, sons, animação e vídeo ajudam os professores a criar aulas que interessam e motivam os alunos (Biology, 1999). Toda a informação pode ser escrita usando um teclado de computador ou escrita à mão directamente no quadro, usando uma vasta gama de cores, e pode ser guardada para futura consulta ou modificação. Os quadros brancos interactivos utilizam uma transmissão síncrona, o que permite uma interacção recíproca entre aluno/professor e quadro. Isto permite uma maior participação do aluno, levando a um aumento do seu interesse e a um melhor ambiente de aprendizagem (Bryant & Hunton, 2000). Os quadros interactivos têm uma função que permite que algum material possa ser partilhado em papel ou electronicamente mais tarde.

O envolvimento dos alunos é fundamental para a sua motivação durante a aprendizagem. Quanto mais os alunos estiverem motivados, maior é a probabilidade de virem a ter sucesso nas suas tarefas. Vários factores influenciam a motivação do aluno, como o envolvimento paternal, interesse e capacidades do professor, e o uso de tecnologia.
A tecnologia pode ser utilizada para criar um ambiente de aula motivante, onde os alunos são levados a aprender. Um local onde tecnologia é usada com métodos inovadores conduz a uma melhor aprendizagem e ensino, o que também é influenciado pelo uso de visuais (Wishart & Blease, 1999). Estes aumentam a capacidade dos alunos de organizarem e processarem a informação (McKendrick & Bowden, 1999). Podem também ser usados para desafiar os alunos a pensarem em níveis que requerem capacidades intelectuais mais aprofundadas (Smith & Blankinship, 2000). Finalmente, a tecnologia oferece aos professores a oportunidade de irem ao encontro das necessidades dos alunos, utilizando para isso variados métodos conjugados com o uso de audio-visuais (Bryant & Hunton, 2000).

O objectivo deste estudo era determinar o efeito do uso de Q.B.I. como uma ferramenta no ensino. Especificamente, as seguintes perguntas foram colocadas:
  1. O uso de um quadro interactivo como uma ferramenta de trabalho afecta a aprendizagem do aluno?
  2. O método pelo qual o Q.B.I. é utilizado como uma ferramenta de trabalho na sala de aula afecta o grau de envolvimento dos alunos?

Métodos
De maneira a averiguar se um Q.B.I. melhora ou não a aprendizagem, alguma informação foi recolhida enquanto os professores utilizavam os quadros nas suas salas de aula. Na nossa escola, os professores usam os quadros interactivos marcando num calendário o dia que desejam. Os dez professores que foram escolhidos para participaram neste estudo tinham-se inscrito e desejavam participar. Os professores foram também escolhidos de acordo com a disponibilidade do responsável pelo estudo para estar presente nos dias que haviam seleccionado. O número total de alunos participantes foi de 197. Vinte responderam a um questionário.

O envolvimento dos alunos e a sua motivação foi determinada usando dois instrumentos. Em primeiro lugar, um inquérito, baseado numa versão adaptada do Computer Attitude Questionnaire, originalmente criado pelos Dr. Rhonda Christensen e Dr. Gerald Knezek (Christensen & Knezek, 1997), foi dado aos alunos imediatamente após a aula. A informação resultante tornou possível determinar a atitude dos alunos face à utilização do quadro interactivo, que foi também avaliada pelo questionário feito a um par de alunos de cada sala. O professor teve de escolher o aluno que mais tinha apreciado a aula e aquele que menos tinha gostado. Durante a aula, o responsável pelo estudo arranjou maneira de gravar a informação, o que permitia verificar quais as capacidades dos alunos (visuais, auditivas e de tacto) que eram estimuladas.
A atitude do professor face ao uso dos quadros brancos foi determinada usando uma adaptação do Teachers' Attitudes Toward Information Technology, criado também pelos já referidos autores. Os professores responderam ainda a um questionário, de forma a saber se escolheriam os quadros interactivos como um método de transmissão de informação, assim como para saber a razão da escolha de diferentes métodos.

Toda a informação recolhida foi analisada, tudo de forma a saber se o empenho e motivação dos alunos aumentava, e quais os métodos a usar com o Q.B.I. para transmitir informação.

Resultados
Este estudo foi feito para determinar o empenho dos alunos durante a aula com o quadro interactivo.
Os alunos responderam a vinte questões, numa escala de 1 a 4. A resposta à 1 indicava que o aluno discordava totalmente com a afirmação, 2 significa que o aluno discorda, 3 significa "concordo" e 4, "concordo totalmente". A figura 1 mostra o total de respostas a cada pergunta.

Num outro inquérito, os professores tiveram de mostrar o que sentiam ao transmitir informação com o quadro branco.

Dois alunos de cada uma das dez turmas que participaram neste estudo também completaram um questionário.

P1. Descreve aquilo que mais gostas quando um quadro branco interactivo é usado na sala de aula.
A maior parte dos alunos referiu que gostam de interagir fisicamente com o quadro, assim como o facto de poderem escrever nele com as canetas ou até mesmo com os dedos. Aliás, um aluno comentou: "Eu concentro-me muito mais quando trabalhamos com o quadro. Não só nos ensina muito, como é muito divertido.".

P2. Indica aquilo que menos gostas no Q.B.I.. Se pudesses mudar algo do modo como o quadro é usado na sala de aula, o que seria e porquê?
Os alunos mencionaram uma série de coisas nesta resposta. Alguns dizem que os distrai quando alguém vai contra o projector ou o quadro, e é necessário calibrá-lo outra vez. Outro mencionaram o facto de ser um pouco difícil escrever no quadro por causa da sombra da mão. O responsável pelo estudo notou ainda que há alguma dificuldade em manusear as canetas e fazer com que apenas a ponta destas tocassem no quadro. Um aluno comentou: "Eu ainda gostei menos do quadro quando tentei escrever. Quando se toca no quadro com o braço, desenham-se linhas não desejadas." Ao usar programas de processamento de texto, alguns alunos mostraram dificuldade em ler o texto. Por fim, outros disseram que modificariam o tamanho das pernas do quadro e os fios que estão pela sala para ligar o quadro ao computador, à rede e à electricidade.

P3. Acreditas na possibilidade de uma melhor aprendizagem quando o quadro branco interactivo é utilizado na sala de aula?
Todos os alunos responderam afirmativo a esta pergunta, excepto um. Esse comentou: "Eu não penso assim porque estou habituado a estudar com livros". Os alunos que responderam afirmativo disseram que aprendiam melhor porque os aspectos visuais ajudam à compreensão da matéria. Eles também mencionaram que, quando o professor usa o Q.B.I., as aulas são muito mais interessantes. Por exemplo, um dos alunos afirmou: "Faz-me prestar muito mais atenção. Quando o professor apenas se levanta e fala, eu distraio-me mais facilmente".

P4. Prestas mais atenção nas aulas em que se trabalha com o quadro branco interactivo? Porquê?
Todos excepto um aluno responderam afirmativo. A maior parte dos comentários estavam relacionados com os aspectos visuais e a interacção com o quadro. Um aluno disse: "Eu, por vezes, não consigo perceber o livro. O professor explica melhor quando o quadro está ali". Outro respondeu: "Sim, porque podes participar mais do que numa aula vulgar". Contudo, um aluno afirmou: "Sim e não. Eu gosto do Q.B.I. porque não é o habitual quadro preto. É giro mas pode ser frustrante".

P5. Aquilo que é projectado ajuda-te a perceber a informação? Porquê?
Muitos alunos responderam que sim, visualizar a informação ajuda à compreensão. Como exemplo, dois alunos responderam quase da mesma forma: "Para algumas pessoas, quando se fala com elas, "entra a 100 e sai a 200". As imagens ajudam a memorizar".

P6. E o uso de som, ajuda a que percebas a matéria? Porquê?
Nem todos os alunos responderam a esta questão, pois o som só foi usado em seis das dez salas de aula. Daqueles que responderam, a maior parte indicou que o uso de som torna as aulas mais interessantes. Um disse: "Sim, porque tornou-se mais divertido e não era de todo aborrecido".

P7. A oportunidade de tocar e interagir com o Q.B.I. afecta a tua aprendizagem? Porquê?
Tdos os alunos que responderam a esta questão, excepto um, disseram que a interacção afecta a aprendizagem pela positiva. Um aluno afirmou: "Sim, eu aprendo melhor quando tomo contacto com a matéria. Quando apenas ouço, eu não a percebo tão bem". Outros falaram do divertimento e do interesse. Mas um comentou: "Não me faz qualquer difernça. Continuo a aprender o mesmo".


Para além dos questionários dos alunos, cada um dos dez professores completaram um outro.

P1. Quais os aspectos que gosta mais numa aula em que trabalha com o Q.B.I.?
Nesta resposta, a maior parte dos professores usou expressões como "muita atenção", "participação activa" e "aumento do interesse do aluno". Os professores mencionaram a possibilidade de apresentarem diferentes informações da Internet e de software, assim como vídeos e sons. Um professor disse que os quadros ajudam a "tornar reais as notícias correntes". Um outro comentou: "A atenção do aluno é automaticamente captada, qualquer que seja o assunto. Assim que entram na sala e vêem o quadro, ficam imediatamente entusiasmados com aquilo que o professor preparou para a aula". Ainda outro disse: "Eu gosto de ver os meus alunos envolvidos. Quando uso o Q.B.I., tento afastar-me da leitura. Há uma maior liberdade de ensino". Os professores também referiram a vantagem de se poder guardar informações que podem ser consultadas no futuro.

P2. O que gosta menos no quadro branco interactivo? Que aspectos, se alguns, considera que devem ser revistos e melhorados para que o Q.B.I. se torne uma ferramenta de trabalho mais eficaz?
A maioria dos comentários dos professores relacionavam-se com o terem de calibrar o quadro sempre que este, ou o projector, eram mudados de local. Um grupo de professores disse que a sombra da mão reflectida no quadro também torna a escrita um pouco difícil. Outro professor disse ainda que a sua sala de aula era pequena e o quadro ocupava muito espaço. Um comentou: "Claro que se há algum problema relacionado com o funcionamento do quadro não sei corrigí-lo, não me sinto preparado. Pode ser frustrante não saber como resolver algum problema". Os outros comentários estão relacionados com alunos e professores tropeçarem nas pernas do quadro, comentários estes que foram seguidos de sugestões para um quadro permanente, montado em cada parede, com um projector no tecto de cada sala de aula.

P3. O envolvimento dos alunos no processo de aprendizagem é afectado pelo uso do Q.B.I.?
Todos os professores sentiram que o Q.B.I. ajudou a melhorar o interesse dos alunos numa aula destas. Muitos professores consideram isto pois os alunos podem ver a informação, podem tocar no quadro e, em algumas situações, até ouvir sons. Um professor comentou: "Sim, porque eu penso que é mais fácil visualizar informação num Q.B.I. que num vulgar quadro preto ou em acetatos. Aliás, os alunos, especialmente os de ensino básico, adoram a perspectiva de saírem das carteiras, tocar e participar. O quadro é excelente no que diz respeito ao interesse dos alunos". Um outro comentou: "Depois de uma aula com o quadro, eu tenho a certeza que 99% dos meus alunos estiveram atentos na aula."

P4. Acredita que o uso de um Q.B.I. contribui na aprendizagem? Porquê?
Todos os professores responderam que o Q.B.I. contribui para a aprendizagem, uma vez que aumenta a atenção dos alunos. Um comentário típico foi: "o uso do quadro interactivo contribui na aprendizagem, pois hoje em dia os alunos parecem gostar de actividades mais práticas e visuais, e o quadro proporciona ambas". Um respondeu: "Contribui, porque ajuda a que os alunos se interessem, e qualquer coisa que os motive e prenda a sua atenção ajuda-os. É ainda uma ferramenta que facilmente permite aos alunos participarem nas aulas".

P5. De que forma o Q.B.I. engloba os três sentidos: visual, auditivo e tacto?
Todos os professores reconheceram que o uso de gráficos, animação e vídeo ajuda os alunos quanto à visão e memória visual. Eles ainda reconheceram que permitir que os alunos interajam com o quadro tem um impacto positivo nas necessidades tácteis deles. Embora nem todos os professores tenham utilizado o som nesta aula, todos perceberam que as capacidades auditivas dos alunos eram também afectadas positivamente tanto pelo software, como pelo diálogo que se estabelece entre alunos e professores.

Discussão
Como já referido anteriormente, o objectivo do estudo era determinar o efeito do Q.B.I. na aprendizagem do aluno e na motivação deste para aprender.

A primeira pergunta feita neste estudo foi: O uso de um quadro interactivo como uma ferramenta de trabalho afecta a aprendizagem do aluno? A resposta inequívoca, de acordo com os resultados dos inquéritos, é sim. No inquérito aos alunos, nenhuma pergunta foi classificada com um valor abaixo de 3 (acordo). A média das vinte questões nas dez aulas foi de 3.48, que está entre o "concordo" e o "concordo totalmente". As afirmações com as quais os alunos concordavam mais eram as relacionadas como o divertimento em usar o Q.B.I. (perguntas 1, 8, 12, 20).
Estes resultados foram semelhantes no inquérito aos professores. Os professores classificaram cada uma das dez qualidades relacionadas com o uso do Q.B.I. numa escala de 1 a 7, sendo 7 a melhor classificação. Das dez qualidades em questão, nenhuma recebeu menos de 6. As melhor classificadas foram era interessante (6.8), aplicável (6.8), apelativa (6.8) e envolvente (6.7). Todas estas são características que contribuem para um maior desempenho do aluno. As menos bem classificadas foram as de que informação transmitida pelo Q.B.I. era importante (6), fascinante (6.2), e necessária (6.2). Embora tenham sido as piores classificadas, recebem uma excelente avaliação.

A segunda pergunta feita no estudo foi: O método pelo qual o Q.B.I. é utilizado como uma ferramenta de trabalho na sala de aula afecta o grau de envolvimento dos alunos? A resposta a esta questão foi obtida comparando a forma como o Q.B.I. foi usado na aula e as respostas dos alunos. Alguma informação utilizada pelo professores foi guardada, incluindo gráficos, texto, vídeo e som. Para além disso, foi registado o número de vezes que alunos e professores interagiram fisicamente com o Q.B.I.. Pelas respostas dos alunos, percebe-se que o quadro foi bem avaliado consoante o método utilizado, e não consoante o quanto os alunos interagiram com o quadro. De alguma forma surpreendente, quatro das cinco turmas que avaliaram melhor o Q.B.I. (3.5, 3.5, 3.54, 3.55) foram as quatro turmas onde os alunos puderam trabalhar com o quadro, embora em duas destas nem todos tiveram esta oportunidade. Contudo, foram também estas turmas que fizeram o melhor uso de multimédia. As suas actividades incluíram software interactivo de matemática, onde os alunos viram um vídeo e usaram a matemática para salvar um escuteiro perdido numa mata; vídeo transmitido pela Internet de maneira a estudar acontecimentos actuais; o uso de um PowerPoint interactivo para rever matéria dada numa aula de Ciências; e o uso de um Inspiration software para criar um mapa de conceitos de uma história literária. Nas quatro turmas, apenas seis alunos tocaram no Q.B.I., num total de 17 vezes. Nas restantes seis turmas, a avaliação dos alunos foi praticamente idêntica (3.43, 3.44, 3.43, 3.46, 3.4), à excepção de uma turma (3.51). As actividades nestas turmas centraram-se principalmente no uso de texto, que incluíram a correcção de erros gramaticais num artigo e completar analogias. É importante ter em conta que a actividade, o software usado e o nível de interacção estabelecido na aula podem ser factores que contribuem para um efeito positivo do uso do Q.B.I. nestas aulas.

Então, os reusltados do estudo indicam que o Q.B.I. pode realmente ser usado na aula para aumentar o interesse dos alunos. Esta informação será concerteza útil para as escolas e seus directores em decisões importantes relacionadas com o investimento em tecnologias. De acordo com estes resultados, eu recomendaria que os Q.B.I. fossem adquiridos com a intenção de os manter permanentemente numa sala de aula, o que eliminaria muita da apreensão de professores e alunos em trabalhar com o Q.B.I.. Aliás, quadros montados na parede e projectores fixos no tecto faria com que os alunos e professores tropeçassem no quadro e nos fios que estão pela sala. Eliminaria ainda a necessidade de calibrar o quadro sempre que quadro ou projector eram tocados por acidente. Os aspectos negativos de colocar numa sala um Q.B.I. com estas características relacionam-se com a grande despesa e o facto dos quadros e projectores não poderem depois ser trocados entre salas de aula.

Há imensos aspectos da utilização do Q.B.I. na sala de aula que precisam ainda de ser analisados.
Em primeiro lugar, antes de se começar a instalação permanente dos quadros na sala de aula, é necessário verificar se os professores aceitariam ter um Q.B.I. na sua sala. Não há necessidade nenhuma em gastar dinheiro em quadros e projectores se os professores não tencionam trabalhar com o quadro, pois muitas vezes não se sentem devidamente treinados em incluir Q.B.I. e tecnologias no seu trabalho. Seria também apropriado estudar métodos de angariação de fundos para instalar os quadros brancos interactivos nas salas de aula.
Finalmente, não pode ser esquecido que as actividades, o software e o nível de envolvimento criado nas aulas podem ser factores que contribuem para um efeito positivo do uso do quadro. Aliás, outro estudo deveria ser realizado de modo a averiguar os tipos de aulas a dar com a ajuda do Q.B.I..

O estudo indica então que o uso de quadros brancos interactivos leva a um aumento do interesse do aluno. A principal razão é o aspecto visual. Portanto, a escola e os responsáveis pelas tecnologias têm de ter em atenção o potencial destes quadros em aumentar o nível de ensino.
Esta informação, conjugada com os esforços de outras escolas, apresenta a possiblidade de ajudar os educadores na sua vontade de captar e manter a atenção do aluno em toda a aula.

Bibliografia
Anderman, L. H., & Midgley, C. (1998). Motivation and middle school students. ERIC Digest, ED421281.
Retrieved June 26, 2001 from the ERIC digest on GALILEO on the World Wide Web: http://www.ed.gov/databases/ERIC_Digests/ed421281.html
Atkinson, E. S. (2000). An investigation into the relationship between teacher motivation and pupil motivation.
Educational Psychology, 20(1), 45-57. Retrieved June 18, 2001 from Academic Search Elite on GALILEO:
http://www.galileo.peachnet.edu
Biology comes alive at Wilson magnet high school. (1999). T.H.E. Journal, 27(4), 110. Retrieved June 22, 2001 from Academic Search Elite on GALILEO: http://www.galileo.peachnet.edu
Bryant, S. M. and Hunton, J. E. (2000). The use of technology in the delivery of instruction: implications foraccounting educators and education researchers. Issues in Accounting Education, 15(1), 129-163. Retrieved June 18, 2001 from Academic Search Elite on GALILEO: http://www.galileo.peachnet.edu
Christensen, R. and Knezek, G. (1997). Computer attitude questionnaire. Retrieved June 25, 2001 from the Institute for Integration of Technology into Teaching and Learning website at the University of North Texas: http://iittl.unt.edu/pt3II/toc.htm#_Toc498406723
Christensen, R. and Knezek, G. (1997). Teachers’ attitudes toward information technology. Retrieved June 25, 2001 from the Institute for Integration of Technology into Teaching and Learning website at the University of North
Texas: http://iittl.unt.edu/pt3II/toc.htm#_Toc498406723
McKendrick, J. H., & Bowden, A. (1999). Something for everyone? An evaluation of the use of audio-visual resources in geographical learning in the UK. Journal of Geography in Higher Education, 23(1), 9-20. Retrieved June 18, 2001 from Academic Search Elite on GALILEO: http://www.galileo.peachnet.edu
Smith, B. K., & Blankinship, E. (2000). Justifying imagery: multimedia support for learning through exploration.
IBM Systems Journal, 39(3/4), 749-768. Retrieved June 20, 2001 from Academic Search Elite on GALILEO:
http://www.galileo.peachnet.edu
Wishart, J., & Blease, D. (1999). Theories underlying perceived changes in teaching and learning after installing a computer network in a secondary school. British Journal of Educational Technology, 30(1), 25-42. Retrieved June 21, 2001 from Academic Search Elite
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Traduzido por:
Mariana Pinho Pereira
Escola Secundária de Vale de Cambra
11º C, n.º 17