quarta-feira, 23 de abril de 2008

Na escola com a geração Y

foto extraída desta página


Hoje, quando se fala de escola, nem sempre quem está fora dela entende quem está no seu interior. E os que estão no seu interior também nem sempre se entendem... Vamos ver se nos entendemos: na complexidade de uma Escola Secundária, por exemplo, mais do que em qualquer outra instituição, há um encontro de gerações completamente diferentes, logo, a comunicação e as relações que se estabelecem, por vezes, são conflituosas. São inúmeras as razões e motivos, mas tentaremos, neste breve artigo, analisar uma vertente que nos pode auxiliar a clarificar melhor a nossa perspectiva.

De acordo com a definição de Linda Nazareth, as diferentes gerações que coexistem na sociedade, portanto também na escola, são: baby boomers – os nascidos a seguir à segunda guerra mundial (1946-1964); geração X, nascidos entre 1965 e 1976 e a geração Y ou Millennials, aqueles que nasceram entre 1977 e 1999.

Considerando os Auxiliares da Acção Educativa, passando pelos funcionários administrativos, até aos Professores de diferentes idades e aos alunos tão heterogéneos, encontramos indivíduos com idades compreendidas entre os 10 e os 65 anos... Temos, então, 3 gerações em coabitação constante num mesmo espaço!

São, pois, os da geração Y que desejamos conhecer melhor! São esses os alunos que encontramos sentados à nossa frente na sala de aula... Quem são? Quais são os seus interesses? Como vêem e vivem a escola? Como se sentem perante o professor? Que livros gostam de ler, que músicas preferem e como gostam de passar o tempo de lazer? Como usam as tecnologias de informação e comunicação? Que normas regulam os seus comportamentos e atitudes?

Esta geração, que nasceu com o comando da TV numa mão, a consola de videojogos na outra e os auscultadores nos ouvidos, enquanto lê algumas passagens do Harry Potter e aproveita para enviar uma SMS ao amigo, perguntando-lhe se leva as Adidas ou as Nike no dia seguinte para a escola, é também conhecida como Geração Multitarefa (Multitasking).

Alguns pais e encarregados de educação mostram extrema perplexidade perante o quarto aparentemente desorganizado dos seus adolescentes: televisão ligada, computador com chat e várias páginas da net abertas, livros e cadernos espalhados, telemóvel, máquina fotográfica e música, tudo em simultâneo, constituem o seu espaço de trabalho. E perguntam: como conseguem estes jovens manter a concentração e construir momentos de aprendizagem significativa e duradoura, adoptando este método?!

Segundo Jordan Grafman, chefe da secção de neurociência cognitiva do National Institute of Neurological Disorders and Stroke (NINDS), as crianças que conversam nas mensagens instântaneas, enquanto realizam os seus trabalhos escolares, jogam online e vêem televisão poderão apresentar problemas a longo prazo.

Mais adiante, ainda no mesmo artigo da TIME, e de acordo com David E. Meyer, director do laboratório Cérebro, Cognição e Acção, da Universidade de Michigan, as tarefas realizadas em simultâneo tendem a demorar mais tempo a concretizar-se e a evidenciar mais erros do que as que são realizadas de forma sequencial.

Será que os jovens concordam com estas afirmações? Veja este vídeo e ouça os seus testemunhos sobre as suas capacidades multitarefa:


Se, por um lado, os pais parecem conscientes da quantidade de meios tecnológicos postos por si à disposição dos filhos, por outro, queixam-se da desconcentração e dispersão dos mesmos, não fazendo esforços no sentido de estabelecer regras de utilização e de controlo do consumo exagerado dessas mesmas tecnologias.

De acordo com o estudo desenvolvido pela Kaiser Family Foundation, em 2005, nos lares onde se exerce algum controlo sobre o que os filhos vêem e o tempo que passam diante dos media, os pais conseguem diminuir o excesso de uso e "convivência" com as tecnologias de informação e comunicação. Consequentemente, promove-se a leitura!

A utilização das tecnologias em contexto educativo é uma realidade. E é fundamental assumir que esses meios podem resultar numa melhoria nas aprendizagens.

A escola e os professores desempenham, então, um papel extremamente importante nesta problemática, na medida em que poderão contribuir para a regulação sensata do seu uso.

Neste âmbito, estamos convictos de que os Quadros Interactivos (Q.I.), usados com metodologias adequadas e bem orientadas e com conteúdos bem elaborados, promovem momentos significativos de aprendizagem colaborativa.

É aqui que as várias gerações (que importa a letra que as designam!) podem convergir e rapidamente caminhar lado a lado na aventura da informação e da comunicação com tecnologias, com o objectivo de construir um conhecimento sólido, estruturado e duradouro!

Ao utilizar os Q.I. diante dos seus alunos, alguns professores demonstrarão prováveis dificuldades de uso das múltiplas ferramentas multimédia... Esta é uma excelente oportunidade para dar aos alunos abertura para auxiliar o professor e de os deixar sugerir novas abordagens, outras estratégias, outras ferramentas que possam ajudar a construir momentos de aprendizagem inovadores e diferentes em conjunto; por seu lado, o professor, no papel de orientador, guia e moderador, ajudará os alunos a concentrar-se, a focar a atenção num determinado conteúdo, numa tarefa, num raciocínio, num esquema, num texto, utilizando essas mesmas tecnologias, sem dispersão!

Com o Quadro Interactivo, alunos e professores desenvolverão um trabalho colaborativo, trocando ideias, partilhando experiências e conhecimentos, criando contextos enriquecedores e motivadores.

Acontecerá aqui o ponto de encontro entre estas gerações?


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1 comentário:

  1. Assuntos relativos a denominacao de geracoes, estou compartilhando no meu facebooc.
    Grato a voces, continuem estimulando pois ha movimentos discriminatorios relativos a "geracoes" o que e um absurdo. e nao e o caso aqui.
    Sempre que posso, afasto mais esta criacao da mente humana destruidora. Sucesso a todos.Enrico.

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