sexta-feira, 31 de março de 2006

Ai, se viciam!!!

As experiências fluem e revelam-se frutuosas, tanto para professores como para alunos...
Aqui vai mais um testemunho da Prof. Isaura Ventura. É um alerta! Com os quadros, tira-se um bilhete só de ida... o regresso é impossível!
Os quadros interactivos não são aconselháveis para saudosistas
... ;-)

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Cuidado!!! Eles Viciam.

Na diminuta experiência que possuo no domínio da utilização dos quadros interactivos, registo a sensação de uma eternidade. Já não concebo prescindir dessa ferramenta, quer do software, quer do hardware, na medida em que as suas incontáveis vantagens são por demais evidentes quer para professores, quer para alunos. Os discentes só muito relutantemente aceitam uma aula sem a utilização destes recursos, encarando o facto de ter de ceder o espaço a outros professores ( em número crescente) que o solicitam, com muita contrariedade.
Por mais que se registe, dite, se interaja, numa aula sem quadro interactivo, os alunos concluem a aula insatisfeitos, com comentários do género "Isto agora não vai ser sempre assim!?", ou "Esta aula não rendeu nada.", ou seja, na sua concepção, mais valia não a ter tido.
Por este motivo é que refiro a sensação de eternidade. Porque quando se "anda de cavalo para burro", sente-se um enorme desconforto...
No que respeita aos restantes docentes da escola, é com um certo pesar que constato o crescente entusiasmo na utilização destas ferramentas, uma vez que o privilégio de poder constante e livremente usá-las em meu proveito e dos meus alunos, está cada vez mais ameaçado. Isto não é ser egoísta. Certo é que estive na linha da frente, viciei-me, e, acontece que, afinal, estes quadros não são meus, são da escola para partilha. E já quase me arrependo da promoção de Worshops e do entusiasmo que confessei a colegas e do apoio que lhes tenho dado..., sim ainda vou dando algum, para meu próprio prejuízo.



Acreditem que é com a maior das sinceridades que me confesso, mas a verdade é que já não sei muito bem o que fazer com o quadro negro e com o giz. Perco a inspiração, os alunos não têm estímulo porque estão habituados a degladiar-se para ir ao quadro, as aulas parecem tão pobres só com o livro ou fotocópias e, perante algo de inesperado que surja, falta-me a Internet, o acesso à rede da escola onde tenho todo o meu material, ou até a musiquinha que ponho em fundo, enquanto os alunos lêem um texto.
Aqueles que quiserem alinhar nesta aventura que se cuidem. É um salto qualitativo muito alto. Olhar para baixo dá-nos vertigens e, podem crer, é muito dificil descer de novo.
Isaura Ventura
Escola Secundária de Arouca, 31 de Março de 2006

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