segunda-feira, 16 de julho de 2007

Estádio Projecto INTERACT

Sentada à frente do computador, puxo pela memória à procura de situações ou momentos curiosos sobre a minha experiência com os Quadros Interactivos (QI) e vejo-me conduzida ao título escolhido.

Ao fim de ano e meio de trabalho com o QI, em sala de aula, acrescida da função de coordenadora Interact do Agrupamento Vertical de Escolas de Castelo de Paiva (neste ano lectivo), dou conta de um cansaço, não físico, mas fruto de um esforço na aplicação de um conjunto de procedimentos que me levou a adquirir uma grande resistência e ao desenvolvimento harmónico de diferentes aptidões. Neste contexto, estabeleci uma analogia entre o atleta de Declato e eu, a coordenadora/professora, do 1º ciclo, Interact.

Há ano e meio, entrei no Estádio: “Projecto Interact”, situado na zona geográfica dos concelhos de Vale de Cambra, Arouca e Castelo de Paiva. As corridas tiveram lugar na pista de atletismo que era a sala do 2º ano da escola: http://www.eb1-castelo-paiva-n2.rcts.pt/. No espaço interior à pista, os lançamentos e saltos foram executados no Blogue Interact http://interactsite.blogspot.com e no Glossário – Partilha de Recursos http://www.interactportugal.com, respectivamente. A prova da Maratona realizou-se nas vias públicas, decorrendo dentro do Agrupamento Vertical de Escolas de Castelo de Paiva.

Assim sendo, no início, a minha performance concentrava-se na prova de corrida. Ao tiro de largada o QI era ligado na sala de aula, colocando à disponibilidade da professora uma infindável variedade de ferramentas!... Uma das finalidades da corrida era produzir quatro flipcharts/mês!... Nos primeiros metros, o entusiasmo era tal que perdia a noção de tempo, ficando entretida, altas horas da noite e fins-de-semana, a brincar com o software ACTIVprimary explorando todas as suas potencialidades. O apoio entusiástico, vindo das bancadas, da parte dos alunos, dava-me energia para prosseguir. As aulas tornaram-se muito mais atractivas e dinâmicas, sentia uma autêntica explosão muscular: fazia flipcharts, em casa, e os alunos maravilhavam-se sempre que eram chamados ao QI. Mas, a certa altura da prova, começaram a aparecer obstáculos (barreiras): a rotina, o tempo, a ausência de novidade. O cansaço, tanto meu como dos alunos, surgiu: o QI já não era novidade e os flipcharts entraram na rotina!... Portanto, foi imperativo a mudança de técnica, tinha-a aprendido, agora, tinha de a fazer progredir. A técnica implica conhecimento das operações (domínio das ferramentas do QI), manejo das habilidades (guardar, duplicar, aumentar, diminuir, hiperligar, interagir, apagar, etc. …) e a capacidade de improvisação e criatividade. O QI incita o professor à procura de novas metodologias e práticas inovadoras enfim, à mudança. Mas, conquistar a compreensão e competências para a mudança demora tempo e os professores não têm tempo!...

Cheguei ao final da prova, ao fim de quatro meses de utilização do QI com a sensação de tarefa cumprida (4 flipcharts/mês), entusiasmada com o apoio, mas, não de maneira triunfal… era preciso inovar, o público assim o exigia e eu sentia essa necessidade.

No ano lectivo 2006/2007 dedico-me, também, a outras modalidades: lançamentos e saltos. Como é do conhecimento geral os lançamentos são feitos dentro de uma zona limitada (círculo) que neste caso específico era no http://interactsite.blogspot.com/. A prova de saltos, como precisa de impulso e tem um colchão para receber a queda do atleta, era praticada em http://www.interactportugal.com/. Estas modalidades foram colocadas, dentro do Projecto Interact como mais um recurso à disposição do professor Interact com objectivos, não só técnicos (Partilha de recursos – Glossário), mas também com objectivos pedagógicos (Blogue e Fórum das Disciplinas. Neste, descrevi, na disciplina do 1º ciclo, dois casos, nos quais o QI se revelou uma ferramenta muito importante no contexto de ensino e aprendizagem, nomeadamente: Trabalho de aperfeiçoamento de texto, no quadro interactivo e O Trabalho de Projecto). Recorri, com frequência, a estas modalidades em busca de partilha de experiências para não cair na rotina, para manter o brilho no olhar dos alunos, para progredir. É essencial promover o crescimento partilhado dos professores/educadores.

O Coordenador do Projecto Interact, José Paulo Santos, convidou, desafiou, apoiou, tem sido um participante activo no processo da mudança, incentivando os professores a publicarem as intervenções pedagógicas que protagonizam, mesmo àqueles que, reconhecendo a necessidade de mudar têm medo de perder a certeza, a rotina e todos os confortos a que estão habituados. A mudança é difícil e lenta mas, “com paciência e perseverança tudo se alcança”.

Este ano lectivo, como coordenadora de Escola Interact, pude contar com o trabalho de equipa e colaborativo, entre professores, uma mais valia, sem dúvida!

Foi nesta altura que, em equipa, entrámos na modalidade da Maratona. A corrida foi de longa distância: semanalmente, reuniam os professores da EB2/3 e mensalmente os do 1º ciclo da EB1 n.º 2, com o objectivo de partilhar técnicas e experiências. Exigiu, igualmente, grande resistência física para os inúmeros contactos, pedidos, actividades, ofícios… mas, com a colaboração do Executivo do Agrupamento, Executivo Municipal, Encarregados de Educação, professores e educadores conseguimos chegar à meta: apetrechar todas as salas de aula da EB1 n.º 2 de Castelo de Paiva com quadros interactivos, culminando, no final do ano, com a realização de um Encontro de agradecimento, partilha e incentivo, no Auditório Municipal (já publicado neste blogue).

Chego ao fim deste ano lectivo, sentindo-me uma atleta mais completa, uma vez que continuei a praticar a modalidade de corrida, na sala de aula, transpondo obstáculos. Os obstáculos: tempo e rotina foram superados quando os alunos passaram a utilizar o QI para construírem os seus próprios flipcharts, atingindo-se um dos mais importantes objectivos e pretensões do Projecto Interact: o aluno como construtor do seu próprio conhecimento, estando ele à frente do processo de aprendizagem!

Iniciei e pretendo continuar a modalidade de lançamentos e saltos que considero fundamental para progredir e inovar, dando e recebendo. A prova da Maratona terá de continuar nas vias públicas, passando por outras escolas, por outros professores e, claro está, poder chegar a TODOS os alunos, com chegada triunfal no Estádio: “ Sucesso Educativo”.

Maria Inês Duarte Vieira da Conceição


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1 comentário:

  1. Estive desatento, porque deixei passar ao lado a leitura deste testemunho de boas práticas a nível educativo. Gostei da analogia com o imaginário da maratona helénica.
    Parabéns

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