segunda-feira, 23 de abril de 2007

Reflexões sobre o Workshop Interact...



No dia 21 de Abril 2007, decorreu no auditório da Escola Secundária de Vale de Cambra, o workshop Interact. A iniciativa teve uma forte adesão de profissionais da educação, não só ligados ao projecto Interact, mas também outros que partilhavam interesse pelo tema.

Numa primeira fase, o coordenador do projecto Interact apresentou alguns dados de acompanhamento do mesmo e, em linhas gerais, fez uma reflexão onde abordou metodologias positivas de integração do quadro interactivo (QI) na sala de aula. Para além dos benefícios reconhecidos na utilização desta tecnologia, já lugares comuns para quem utiliza o QI, destacaram-se aspectos que ainda deverão ser objecto de maior atenção, de modo a que os proveitos pedagógicos sejam mais relevantes. Realçou-se a pouca participação dos alunos no processo de desenvolvimento dos objectos de aprendizagem, a não manutenção dos exercícios realizados para facilitar a aferição de aprendizagens, pouco aproveitamento dos recursos do QI e das aplicações informáticas específicas a ele associadas, recurso diminuto a diferentes elementos multimédia (vídeo/animação, som, ...), pouca adesão a ferramentas da Internet, recurso diminuto a aplicações educativas. Também alguns aspectos mais práticos não foram esquecidos, como a fraca ou excessiva iluminação da sala, o posicionamento deficiente do QI em alguns casos, impossibilitando uma boa utilização, rara manutenção física dos equipamentos, ausência de alguns equipamentos que contribuiriam para uma utilização mais eficaz do QI, como colunas de som ou computadores actualizados.

Destacou-se também a necessidade de trabalho colaborativo entre os docentes, que ainda não é muito notória. Essa colaboraçãp poderá ter visibilidade não só no trabalho realizado nas escolas, mas também na disponibilização e discussão, no portal Interact, dos recursos desenvolvidos, passando por um maior dinamismo participativo nos grupos de discussão do portal, assim como na troca de experiências no blogue Interact.

Na segunda fase, os coordenadores do projecto nas escolas/agrupamentos escolares apresentaram uma síntese da utilização do QI nas instituições que representavam. Foi interessante verificar diversas opções de distribuição dos QI no serviço lectivo dos professores, existindo escolas que associam o QI a turmas específicas, tentando que o maior número de professores dessas turmas trabalhem com o QI, outras (a maior parte) que associam a utilização das salas com QI a professores. A discussão acerca das melhores metodologias de gestão de utilização do QI é algo que ainda deverá ser levado a cabo, devendo tal passar pela apresentação de benefícios e dificuldades sentidas pelos professores envolvidos. O empenho e motivação dos docentes é notório, mas algumas dificuldades se vão perfilando, sendo que a gestão do tempo foi a mais referida. Os docentes queixam-se que o tempo necessário para preparar as actividades ultrapassa largamente o número de horas atribuído pelo Ministério da Educação para trabalho individual.

O workshop terminou com a apresentação de diversas actividades desenvolvidas para diferentes disciplinas e níveis de ensino.

Foi uma manhã profícua de troca de experiências na utilização de quadros intectivos em contexto educativo.

Carlos Vaz

http://gatoescondido.wordpress.com/


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Sempre se reconheceu que a nossa percepção das actividades dos outros é um papel que pode ser deveras pouco fiável sob vários pontos de vista. Existem factores, intrínsecos ou extrínsecos desconhecidos dos observadores exteriores, que frequentemente condicionam as actividades que decorrem. O reconhecimento do trabalho que desenvolvemos é um factor incentivador para uma melhoria e o não reconhecimento ou as críticas injustas podem condicionar o trabalho futuro de quem sente a injustiça das mesmas. No entanto, temos de pensar que a opinião dos outros é sempre importante, sobretudo para quem está interessado em melhorar.

É sempre necessário uma visão descomprometida e ela só é possível a quem esteja «de fora» - o que não quer necessariamente dizer fora do processo. Qualquer projecto deve ser sempre avaliado externamente, ainda que não dispense a auto-avaliação como um dos elementos a ter em conta no processo.

A organização de um evento deste tipo "actividades didácticas" para professores a um sábado à tarde pode ser arriscada. Os professores usam os dias considerados de descanso para retemperar forças e procurar esquecer as situações menos positivas que se lhes deparam durante a semana de trabalho, por isso um evento focalizador dessas mesmas actividades, mesmo que inovadoras, podem ser desinteressantes quando realizadas nos seus dias de descanso. Tomando isto em consideração, e em representação do Centro de Competência CRIE da Universidade de Aveiro, desloquei-me à Escola Secundária de Vale de Cambra para assistir ao WorkShop organizado pela Centro de Formação de Entre Paiva e Caima no âmbito do Projecto Interact que se realizou no dia 21 de Abril sobre "Quadros Electrónicos Interactivos" .

Cheguei um pouco após o início dos trabalhos e surpreendentemente tive dificuldade em estacionar o carro, tal a quantidade de veículos que ocupavam o espaço limítrofe do estabelecimento de Ensino. Os trabalhos já decorriam quando entrei num anfiteatro com capacidade para cerca de 100 pessoas, tendo de me sentar quase na última fila uma vez que os lugares estavam quase todos ocupados por docentes que ouviam atentamente a prelecção do dinamizador da actividade.

Em seguida, foram convidados outros professores das várias escolas/agrupamentos que se foram revezando, mostrando e divulgando o que consideravam de interesse relacionado com a utilização desse recurso nas instituições que representavam.

Notava-se que, ao contrário de mim que já conhecia parte dos exemplos apresentados por já ser a terceira vez a que assistia à apresentação de alguns daqueles exemplos de boas práticas, os participantes estavam interessados e punham questões e intervinham. A sessão prolongou-se até cerca das 14 horas mantendo-se a assistência, na quase totalidade, até ao final.

Os vários exemplos iam sendo apresentados. Alguns dos quais limitavam-se a números sobre a quantidade de professores, alunos e actividades desenvolvidas e outros apresentavam exemplo de trabalhos preparados e aplicados com êxito nas actividades lectivas. Um dos apresentadores chamou a atenção que quase todos apresentavam as actividades com os Quadros Interactivos sem utilizar a interactividade do quadro que estava a ser utilizado apenas como tela de Apresentação Electrónica, crítica esta muito pertinente.

Da minha participação no evento retive:

as situações exemplares de boas práticas que já tinham sido apresentadas há um ano atrás mantêm-se, não havendo, ou então eu não me apercebi, novos casos de êxito;

um entusiasmo em divulgar o que se vai fazendo que é, para alguns, o ultrapassar duma barreira de iliteracia tecnológica;

entusiasmo em partilhar com todos o entusiasmo que alguns manifestavam em participar deste projecto;

interesse por parte dos assistentes que desconheciam e que estavam ali com interesse em conhecer;

o grande número de Flipcharts que tem sido desenvolvidos pelos docentes intervenientes;

a importância que tem em cada escola, a abertura e o interesse manifestado pelos elementos directivos;

o reconhecimento da importância da utilização dos Quadros Interactivos como recursos inovadores na aprendizagem;

o reconhecimento generalizado pelo trabalho que o José Paulo Santos está a realizar.



António Carlos Leal

Centro de Competência CRIE da U. de Aveiro



Fotos do Workshop Interact
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Vídeo apresentado no evento
INTERACT é bom BRINCAR!




3 comentários:

  1. O que dizer?
    P a r a b é n s!!!!
    Magnifico trabalho o vosso.
    Abraço

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  2. O encontro foi positivo, deu para partilhar algumas experiências. Mas deviamos ter partilhado mais, isso era o mais importante. Mas poderá sempre ficar para uma próxima oportunidade...
    Como vai ser difícil recriar um contexto semelhante, temos de tentar implementar a partilha no dia-a-dia.

    João Teixeira

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  3. Sem dúvida que a partilha de experiências é de todo enriquecedora para todos. Somos criativos, originais e empenhados, mas tantas vezes sós...
    Estive lá e foi bom, vamos a mais!
    Bem hajam.
    Fernando Margarido

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