sexta-feira, 29 de junho de 2007

Quadros Interactivos: da inovação tecnológica à renovação pedagógica


Na sequência do Encontro Quadros Interactivos em Contexto de Sala de Aula, realizado no passado dia 18 de Junho, em Castelo de Paiva, o Professor Daniel Rocha, doutorando em Didáctica, Diversidade e Diversificação Curricular, teceu alguns comentários sobre o que viu e ouviu, deixando-nos aqui algumas reflexões pertinentes sobre a utilização dos QI no processo de construção do conhecimento; sobre o impacto do Projecto Interact na dinâmica das escolas e na comunidade local:

Antes de mais, parabéns à professora Inês Conceição, e a todos que com ela colaboraram, por nos ter proporcionado este enriquecedor encontro de demonstração e reflexão sobre a utilização dos quadros interactivos em contexto de sala de aula.

O Professor Ángel Alonso, na sua teorização sobre o método e as decisões sobre os meios didácticos, defende que «a decisão didáctica sobre os meios a utilizar não se deve fazer tanto em função da sua modernidade ou presumível eficácia, como da adequação às metas educativas propostas». De facto, centrar as decisões da actividade educativa num determinado recurso ou material didáctico é subverter o acto educativo, caindo na tecnocracia.

Felizmente, neste encontro, podemos constatar que não é essa a situação da Escola EB1 de Castelo de Paiva nº2. Verificamos que os professores desta escola têm bem presentes os fins da educação e os melhores métodos para os alcançar, enquadrando os meios, como o QI, nesse horizonte. A intervenção da professora Maria João Brochado foi disso testemunho.

Fixando-nos nos resultados da utilização dos QI, a demonstração e palavras dos alunos (desde o pré-escolar ao 3º ciclo) deixaram bem patente o acréscimo da motivação que este recurso proporciona. Foi surpreendente ver a destreza com que o João (aluno do pré-escolar) utiliza o QI. Aliás, dado o brilhantismo com que o fez, fruto de uma dedicação quase excessiva a esta tecnologia, o coordenador do Projecto Interact, professor José Paulo, alertou quer para a necessidade de acautelar algumas dependências “motivacionais” da sua utilização, quer para a emergente criação de condições para que estes alunos possam continuar a usufruir deste recurso nos ciclos subsequentes.

Muito sinteticamente, destacaria ainda outras relevantes consequências do Projecto Interact observadas neste encontro:
  • maior transparência do acto educativo - a sala de aula abriu-se aos professores e pais;
  • trabalho colaborativo - quer entre docentes quer entre alunos;
  • maior articulação entre ciclos;
  • envolvimento dos pais no projecto educativo - todas as salas desta escola têm um QI, porque os pais reconheceram a importância deste material didáctico e se empenharam na recolha de fundos;
  • ambiente mais propício para “aprender a aprender”;
  • criação de uma “escola que pensa”; …
Em suma, pelo que tivemos oportunidade de observar e partilhar neste encontro, posso concluir que os QI mais do que uma mera inovação tecnológica podem ser um factor de renovação pedagógica.

Entreaberta ficou a reflexão sobre o impacto da utilização do QI no processo educativo de alunos com Necessidades Educativas Especiais. Também oportuno será avaliar até que ponto a utilização deste recurso aproxima ou diferencia alunos em condições socio-económicas díspares.

Eis algumas pistas para um novo encontro, que todos aguardamos.

Daniel Rocha
Castelo de Paiva

2 comentários:

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